A Vertigem

Na transição a partir da água, nasce o sol e antenas de televisão. O telhado. O céu, para o qual nos podemos elevar apenas em movimentos repentinos, estará se possível ainda mais acima.

Uma varanda, ela própria em movimento, apesar de se encontrar em suspensão. A vertigem, como oportunidade sedutora de fácil suicídio. Olhar de cima para baixo aos 5,15 minutos, para acentuar essa vertigem, própria de lugar alto.

A janela, que na Água era saída, é agora desejo de entrada. O que é colocado dentro do écran sugere-nos aquilo que poderá estar temporariamente fora dele, a relatividade das situações humanóides.

O som, sem pré-determinação sincrónica, diz-nos através dos chilreios de pássaros interrogativos que afinal o acaso não existe e o sincronismo está sempre presente. Sobrepõem-se sistemas de re-filmagem: filmagens de filmagens. O objecto é claramente o medium.

A tempestade iónica é sempre recorrente.

Muito bâton e forte make-up são sinais de produção.

Fato brilhante de superfície plástico-metálica: presença de novas tecnologias sobre o corpo. Os materiais de revestimento impenetráveis à humidade, a pele dos telhados, revelam uma constante quadrícula.

Filipe Rocha da Silva